Pesquisadores espanhóis
desenvolveram um concreto biológico do qual crescem líquens e musgos
naturalmente depois que a construção fica pronta.
O objetivo é criar prédios com
"fachadas vivas", de forma a melhorar o conforto térmico interno e
evitar gastos de energia com aquecimento e ar condicionado, dependendo da
estação.
A incorporação dos
microrganismos no próprio concreto oferece vantagens ambientais, térmicas e
ornamentais em relação a outras técnicas de arquitetura verde.
"A inovação deste novo
concreto é que ele se comporta como um suporte para o crescimento biológico
natural e o desenvolvimento de certos organismos biológicos, particularmente
certas famílias de algas, fungos, líquens e musgos," afirmam Antonio
Aguado e seus colegas da Universidade de Granada.
A ideia é também que as fachadas
construídas com o novo material mostrem uma evolução temporal por descoloração,
dependendo da estação do ano, bem como da família de organismos predominantes.
Com esta técnica podemos evitar o uso de outras vegetações, para evitar que as
raízes estraguem a construção.
Para viabilizar o projeto, foi
desenvolvida uma técnica para o crescimento acelerado dos microrganismos
a partir de materiais à base de cimento.
O primeiro protótipo usa um
derivado carbonatado do cimento Portland tradicional, de forma a obter um pH em
torno de 8. O segundo protótipo usa um
cimento de fosfato de magnésio, um aglomerante que é ligeiramente ácido,
dispensando tratamento para redução do pH.
Para garantir a colonização do
material pelos microrganismos, os pesquisadores também ajustaram a porosidade e
a rugosidade do concreto.
O processo foi patenteado, mas
os pesquisadores trabalham ainda para acelerar ainda mais o crescimento dos
líquens - o objetivo é que a fachada verde fique atraente em no máximo um ano
depois do término da construção.
O concreto biológico consiste de
uma placa de concreto, que faz o papel de elemento estrutural, à qual são
adicionadas três camadas:
- A primeira é de
impermeabilização, evitando que a umidade passe para dentro do edifício.
- A segunda é a camada biológica
propriamente dita, com uma estrutura interna que permite a captação de água da
chuva para os musgos e líquens.
- Por
último, é aplicada uma camada de impermeabilização inversa, que garante a
manutenção da umidade na segunda camada.
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