fevereiro 02, 2009

"Coitada de Brasília"



"Coitada de Brasília, Oscar Niemeyer não gosta mais dela. Infelizmente, não dá mais para ignorar a realidade que aí está. Infelizmente, não dá para encontrar outra explicação para o estrago que o grande arquiteto federal vem fazendo, já há algum tempo, em sua principal obra, aquela que lhe rendeu suas mais altas honrarias, aquela que lhe garantiu uma posição ímpar no ranking dos arquitetos do século XX..."

Assim começa a crítica "Oscar Niemeyer e Brasília: criador versus criatura" que Sylvia Ficher (arquiteta, doutora em história social e professora da FAU/UNB) fez aos projetos que Niemeyer vem propondo à cidade de Brasília, evocada no artigo como "coitada", como a Praça da Soberania (foto acima). Veja a crítica na íntegra em Vitruvius.



O caso está dando o que falar, afinal o projeto fere as leis do tombamento do Distrito Federal e também Federal. Segundo Iphan e IAB-DF, o projeto não respeita o tombamento do Eixo Monumental (veja artigo aqui). Na área, é vetada a execução de qualquer edificação acima do solo e que garanta total visibilidade do Congresso Nacional. No entanto há uma portaria do IPHAN que permite modificações no plano, caso venha dos autores (Niemeyer e Lúcio Costa).

Polêmicas a respeito da obra de Niemeyer em geral já são bastante conhecidas. Há quem o idolatre, há quem o apenas respeite e há que o odeie. É inegável o entusiasmo do arquiteto aos 101 anos de idade. Não se trata nem de discutir o desenho em si da Praça e seu obelisco, mas até onde Niemeyer é intocável, podendo modificar até mesmo um exemplo da arquitetura brasileira na década de 50.


Um comentário:

mateussz disse...
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